Aprendizagem
Pode-se dizer que ocorre uma aprendizagem quando há uma mudança das nossas habilidades, envolvendo a aquisição de um modo de fazer e de conhecer, resultando nas interacções com aquelas já existentes. É uma conexão entre o estímulo e a resposta. A aprendizagem não é feita ao acaso, pois depende de várias estratégias delineadas num plano, com um objectivo definido.
A Aprendizagem não é uma problemática dos dias de hoje. Dos primeiros estudos a aparecerem, dividiram-se duas linhas, a da pedagogia da personalidade, mais orientada para a formação individual e a da pedagogia humanista com maior ênfase no sistema de ensino/sistema educacional, sendo esta mais geral. Seguidamente surge-nos a visão da aprendizagem, sob o olhar da religião e os seus respectivos dogmas. Nesta fase, começa-se a verificar o afastamento das duas áreas, as teorias da aprendizagem e o ensino relacionado com o clero. Após isto, surgem as primeiras ideias da demonstração científica sobre a aprendizagem. Uma das concepções defendidas era que a aprendizagem estava ligada ao condicionamento. A experiência sobre esta, foi elaborada por Ivan Pavlov, um filósofo russo que condicionava cães a salivarem ao som de uma campainha.
A aprendizagem é então vista de várias formas. Alguns definem-na como um processo integrado que provoca uma transformação qualitativa na estrutura mental do aprendiz. Esta transformação pode ser por condicionamento operante ou experiência, ou então por ambos. O indivíduo que aprende, está envolvido com determinadas características como, a vontade de aprender (característica psicológica), a sua dinâmica (por estar em constante mutação e em procura de aprendizagem), ou por ser criador (procurando novos métodos para melhorar as suas aprendizagens)
Outra visão da aprendizagem recai sobre a nascença do ser humano, em que este já nasce com potencial para esta aquisição, contudo necessita de ser estimulado externamente e internamente. Desde que nasce, o indivíduo usa o seu campo da percepção de forma a poder aumentar e construir conceitos em função daquilo que os rodeia. Esta situação é comandada pela memória, que é fixada e relembrada por associação. Existem vários mecanismos de memória:
- Curto prazo. É reversível e temporária. Decorre através de um impulso electroquímico, que gere um impulso sináptico, que pode manter um “traço”da memória, num período limitado; passado algum tempo sem ser usada, acredita-se que se pode perder.
- Longo prazo. Esta depende de transformações nas estruturas físicas ou químicas dos neurónios.
A Aprendizagem é influenciada quer pela inteligência quer pela motivação. Em certos casos, alguns teóricos definem também a hereditariedade. A motivação é um factor preponderante na aprendizagem. Quando ela está presente, aprende-se melhor e mais depressa. O indivíduo apresenta-se mais activo e empenhado em todo o processo. Apresentar conhecimentos, também marca o processo de aprendizagem. Caso estes não tenham sido concretizados, podem não permitir a aquisição desta. Só vai ser possível, se os novos materiais interagirem com os mais antigos.
Torna-se ainda importante salientar,a perspectiva da aprendizagem, sendo que esta recai sobre dois tipos de aprendizagens: o condicionamento clássico e o condicionamento operante.
Condicionamento clássico (É um tipo de aprendizagem em que um estímulo anteriormente neutro (que não desencadeava uma resposta particular), adquire o poder de estimular a resposta, após ter sido repetidamente associado a outro que normalmente a desencadeia. O seu principal teórico foi Ivan Pavlov que inventou várias experiências, nas quais os cães aprendiam a salivar ao som de uma campainha, que tocava à hora da comida).
Condicionamento operante (Nesta aprendizagem, o indivíduo aprende a partir das consequências, a “operar” no ambiente. O indivíduo tem tendência a repetir um comportamento que foi reforçado ou a extinguir um comportamento que foi punido. Nesta aprendizagem, destaca-se os estudos de B.F. Skinner).
Ainda dentro desta perspectiva, pode-se destacar a teoria da aprendizagem social, a qual se refere à aprendizagem como um momento em que as crianças aprendem os comportamentos sociais pela observação e pela imitação. Albert Bandura foi o principal teórico desta. Nesta teoria, o indivíduo é considerado como activo na sua aprendizagem, dado que é observado como construtor do seu meio ambiente. Nesta teoria há um papel fundamental da observação. Através dela, as crianças conseguem alcançar novas capacidades, para de seguida imitarem-na. Contudo, a imitação que o indivíduo usa, é normalmente de pessoas de estatutos elevados e pessoas que têm personalidades semelhantes às suas. Esta teoria reconhece as influências cognitivas no comportamento e o papel activo das pessoas na sua própria aprendizagem.